domingo, 27 de janeiro de 2008

Prólogo

Quando era miúda, gostava de passar os dias a pintar. Enquanto a maior parte das miúdas da minha idade pedia Barbies, eu pedia aos meus pais livros para colorir e canetas de feltro. Ou lápis de cera. Ou lápis de cor. Ou um lápis de carvão.Ou uma esferográfica. Ainda que só tivesse uma cor, trabalhava-a de forma a criar um padrão diferente, ou um tom mais claro ou mais escuro, que me permitisse distinguir as diversas áreas da figura.
Também desenhava princesas, para lhes pintar os vestidos, em combinações tão infelizes quanto cor de rosa e azul turquesa. Copiava à vista os meus livros da Disney para pintar o Mickey e a Minnie. Ainda guardo essas 'obras primas', nalgum armário escuso. E ainda tenho um desenho que fiz com 5 anos, absolutamente pavoroso, mas que a minha mãe adora (não sei porque razão) e mandou enquadrar. Vou ver se o descubro, vai dar uns comentários engraçados.
Durante a adolescência, deixei o desenho e os livros de colorir para trás. Dediquei-me sobretudo à escrita, decerto inspirada pelas longas horas de sofrimento e penar que ditam as paixões não correspondidas e outros dramas de liceu. Foram uns anos pródigos de poemas, prosas mais ou menos longas sobre o facto de um tal gostar mais da minha amiga do que de mim, e vice versa. Foram também anos pródigos em escrita de peças de teatro, novelas em que amigos e conhecidos personificavam os papéis principais, e galhofa quando as novelas eram passadas de mão em mão. A minha relação com a pintura e a escrita era insipiente, sem dúvida, mas verdadeiramente expontânea. Nesses tempos não tinha receio de parecer ridícula, ou de que não gostassem das coisas que eu fazia ou escrevia. Suponho que isso faz parte da força da adolescência, não ter medo de trabalhar sem rede.
O final da adolescência e início da idade adulta trouxe-me períodos verdadeiramente negros. Deixei de escrever, deixei de desenhar, vegetei muitas horas em frente à televisão, esquecida do mundo lá fora, e desejando que ele me esquecesse.
Até que um dia, um passeio sem destino, me levou a uma rua de Sesimbra, onde havia um atelier de pintura. Entrei e fui logo tomada de um sopro de vida. Não hesitei em inscrever-me para a aula semanal, que ainda continuo a frequentar. Aqui deixo o meu agradecimento à minha professora, Graciosa Guerreiro, que, para além de ser uma pessoa extraordinária e cheia de vida e de me ter ensinado várias técnicas, me tem ensinado a ganhar confiança, e a arriscar mais, o que culmina na partilha dos meus 'projectos' convosco.
Espero que gostem deste cantinho, onde também incluirei, sempre que conseguir, algumas fotos de telas dos meus pintores favoritos, e também, e porque fazem parte de mim e da minha vivência, poemas ou reflexões.
Welcome to my world!
Com carinho,
Karine

13 comentários:

kanjas disse...

Ainda bem que criaste este cantinho. Não que não pudesses postar isto no blog dos gatos mas, como se costuma dizer, cada macaco no seu galho, e este é, sem duvida, o local mais indicado para postares os teus quadros.

Agora, olha... atura-me :P

Ana disse...

:) adorei, Karine-Safira ;-)

Fizeste-me lembrar o meu proprio precurso!! tirando a parte da pintura, LOOL, que apesar de ter gostado/adorado pintar, em miuda, nunca soube desenhar. Só pintar.

Mas a relação com a escrita e o final da adolescência, TAL E QUAL!!!! =)

Adorei as tuas pinceladas.

E mais importante do que os outros gostarem, é TU gostares.

Safira disse...

Sou mesmo anormal!!! Atão não é que não tinha visto os vossos comments!!! Ai, vida...

Fausto: aturo-te com muito prazer, és o caramelo mais divertido da blogosfera e um querido!

vanadis: Ora bolas, já sabes o mê nomi!!! Também não tinha hipótese, as telas são assinadas. Mas não é sempre com o mesmo, isto comigo é tudo muito complicado.
Não, mas olha que eu também desenhava muito basicamente...e ainda hoje, o desenho não é o meu forte. Mas gostava muito de desenhar bem.
Obrigada pela visita, e pelas tuas palavras, também és uma querida. És uma Fausta! e o Fausto é um Vanadio! E eu sou tontinha, vou-me calar, que mais vale!
Beijos para os dois

Rafeiro Perfumado disse...

O Fausto é uma Vanadis? A Vanadis é um Fausto? Nem vou comentar mais nada...

Teté disse...

Olá, Karine/Safira!

Muito bom, esse retorno à pintura e à escrita. Às vezes, parece que damos passos num caminho, do qual nos desviámos momentaneamente, e que sempre foi o nosso...

Suponho que depois da adolescência tod@s passamos por uma fase de "crise", que envolve alguma timidez e vergonha pela exuberância anterior. Faz parte, sim senhora!

:)))

Ana disse...

LOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOL, ai melher, o que tu já me puseste a rir para aqui sozinha e a esta hora, depois de estar praticamente a fazer um manual de exercicios de bioquimica para as pitas esteticistas a quem dou formação disto.

Sou uma Fausta??? ele é um vanádio??? LOOOOOOL!!!!!!!!!!!

Fausto, bora mudar de nick??????? LOOOOOOOOOOOOL

Ana disse...

Querida és tu. ;-)

Ana disse...

Ah, mas sabes, é que eu nem basicamente sei desenhar pah, acredita.... LOOOOL

kanjas disse...

obrigado tete e fausta, por me dizerem onde estava um dos melhores comentarios da blogosfera!

o que eu ja me ri para aqui =D

kanjas disse...

safira, olha que eu nao tenho os olhos verdes ;p nao precisas dizer que sou um querido eheheh
kidding, tu é que és uma miuda 5* ;)

Safira disse...

Pá, isto já está uma lamechice pegada... LOL!!!!! E a minha reputação de durona, no meio destes queridos e queridas todos que para aqui vão????

Isto é elogio atrás de elogio. Gostei especialmente do 'miúda' dado ter mais dez anos do que tu em cima, mas pronto, o Ego registou com agrado. :)

kanjas disse...

deixa la isso, MIUDA, és uma fixe ;)

Ana disse...

LOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOL, e ainda me continuo a rir!!! fausto-vanádio tou a ver que vamos ter de mudar de nick.... LOOOOL