Longe das representações bíblicas que costumamos ver nas Igrejas, o vitral aplica-se hoje a representações bem mais terrenas.
Sendo a minha mais recente 'paixão' estou a fazer vitral até à exaustão. Este foi o primeiro, no verão de 2007.
O encanto do vitral, para mim, reside no efeito relevo, que é conseguido através da delineação do desenho com cerne. É este que delimita as zonas a pintar e 'segura' a tinta de vitral que, por ser muito líquida, escorreria se não fosse assim impedida. É a fase mais difícil, pois o cerne tem de ser aplicado numa linha fluída, e não permite hesitações. Ainda estava um pouco verde na arte de aplicar este material e tive bastante ajuda da professora, que trata o cerne por tu. É incrível como ela consegue dominar a bisnaga de forma a que o risco fique exactamente onde tem de ficar, e com uma espessura constante. Eu confesso que ainda tenho de treinar, mas estou a melhorar.
Tem de trabalhar-se com alguma rapidez, pois a tinta de vitral seca depressa e não é possível 'emendar'. Mas, assim que perdemos o 'medo' inicial, podemos brincar infinitamente com as cores e os matizados. É uma técnica muito bonita, que nos prende à medida que vamos ousando mais. Confesso-me viciada, apesar de reconhecer que a utilidade destes pratos é meramente decorativa e mesmo só para quem goste. Este está na minha sala, mas só porque foi o primeiro. Os outros, não sei que lhes faça... Mas talvez os coloque na exposição que parece que vou fazer, cortesia do meu cunhado que me inscreveu num programa da Câmara Municipal, que parece que apoia umas mostras de pessoas do Concelho. Não sei muito bem os detalhes, mas talvez consiga vender alguma da tralha que vou fazendo ;)